Dólar Dispara e Fecha Acima de R$ 5,90 com Tensão na Casa Branca e Nomeação no Brasil

Dólar volta disparar em meio a grandes incertezas no Brasil e no Estados Unidos

Redação A Folha Hoje

Dólar Dispara e Fecha Acima de R$ 5,90 com Tensão na Casa Branca e Nomeação no Brasil
Dólar Dispara e Fecha Acima de R$ 5,90 - (Foto: GettyImages)

O dólar fechou a sexta-feira (28) em forte alta, ultrapassando os R$ 5,91, refletindo uma combinação de fatores políticos e econômicos tanto no Brasil quanto no exterior.

A moeda norte-americana teve um avanço expressivo no mês, pressionada por tensões geopolíticas e pela escolha de Gleisi Hoffmann como nova ministra de Relações Institucionais do governo Lula.

Tensões Geopolíticas Elevam a Cotação

A principal movimentação do mercado ocorreu após um embate público entre Donald Trump e Volodymyr Zelensky, durante um encontro na Casa Branca.

O presidente ucraniano desafiou Trump ao cobrar uma postura mais firme contra Vladimir Putin, enquanto o líder americano acusou Zelensky de ser desrespeitoso e insistiu que Putin quer um acordo de paz.

Impactos no mercado:

  • Aversão ao risco com o aumento das incertezas geopolíticas.
  • Alta do dólar como ativo de proteção em meio à instabilidade global.
  • Possível mudança na política dos EUA em relação à Ucrânia, elevando riscos para a economia global.

Gleisi Hoffmann no Governo e o Impacto no Mercado

No Brasil, a escolha de Gleisi Hoffmann para o Ministério de Relações Institucionais também gerou turbulências no mercado. A decisão do presidente Lula de substituí-la por Alexandre Padilha, que assumirá o Ministério da Saúde, trouxe preocupações sobre a articulação política do governo.

“Ela é mal vista até por parlamentares, não só pelo mercado”, disse Jefferson Laatus, estrategista-chefe do Grupo Laatus.

Efeitos no câmbio:

  • Maior incerteza sobre governabilidade e aprovação de medidas econômicas.
  • Reação negativa do mercado financeiro, que vê Hoffmann como uma figura de postura mais dura e alinhada à ala ideológica do PT.

Dados Econômicos dos EUA e Trump Elevam Pressão Sobre o Dólar

Antes mesmo do impasse entre Trump e Zelensky, o dólar já vinha operando em alta diante de dados de inflação nos EUA e da perspectiva de novas tarifas comerciais sob um possível governo Trump.

Inflação americana (PCE) em janeiro:
Alta de 0,3% no índice núcleo mensal.
Inflação anual de 2,6%, em linha com as projeções.

O que isso significa?

  • O mercado entende que o Federal Reserve (Fed) pode adiar cortes de juros, fortalecendo o dólar.
  • Trump já sinalizou que pode aumentar tarifas sobre produtos estrangeiros, o que fortalece a moeda americana no longo prazo.

Cotação do Dólar Hoje

Dólar comercial

  • Compra: R$ 5,916
  • Venda: R$ 5,916

Dólar turismo

  • Compra: R$ 5,946
  • Venda: R$ 6,126

Acumulado da semana e do mês:

  • Alta semanal: +3,25%
  • Alta no mês: +1,39%

Carnaval e Movimentações no Mercado

Além dos fatores políticos e econômicos, o período pré-Carnaval também impulsionou a valorização do dólar. Com os mercados brasileiros fechados até quarta-feira (05/03), investidores buscaram proteção na moeda americana, elevando a demanda.

Fatores que impulsionaram a alta do dólar:

  • Busca por proteção antes do feriado prolongado.
  • Disputa pela taxa Ptax, que influencia liquidações de contratos futuros.
  • Alta volatilidade nos mercados globais devido ao impasse entre EUA e Ucrânia.

O Que Esperar Agora?

Cenários para os próximos dias:

  • Se o impasse entre Trump e Zelensky continuar, o dólar pode seguir valorizado.
  • A reação do mercado à nomeação de Gleisi Hoffmann será acompanhada de perto.
  • Expectativa para a decisão do Fed sobre juros, que pode influenciar o câmbio global.

Fique atento aos desdobramentos! O dólar seguirá reagindo a cada novo capítulo dessa turbulenta combinação de política, geopolítica e economia.