O debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, realizado nesta segunda-feira, 23 de setembro de 2024, terminou de maneira tumultuada, com a expulsão de Pablo Marçal (PRTB) e uma agressão física envolvendo um de seus assessores e o marqueteiro da campanha do atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB).
Confusão Durante o Debate
A tensão começou quando Marçal recebeu a terceira advertência por desrespeitar repetidamente os outros candidatos, infringindo as regras previamente acordadas entre as campanhas. De acordo com o regulamento, a terceira advertência resultaria em expulsão, e foi o que aconteceu. Logo após a saída de Marçal do palco, a situação piorou.
Um de seus assessores, Nahuel Medina, agrediu fisicamente Duda Lima, marqueteiro da campanha de Nunes, desferindo um soco que deixou Lima sangrando. O incidente foi rapidamente controlado, mas Medina foi encaminhado ao 16º Distrito Policial, na Vila Clementino, para prestar depoimento sobre o ocorrido.
Relato do Moderador
O jornalista Carlos Tramontina, que mediou o debate organizado pelo Flow Podcast, descreveu a confusão:
“Tive que interromper o debate para excluir o candidato Pablo Marçal, que violou repetidamente as regras. Após sua saída, houve uma briga, e o assessor de Ricardo Nunes foi agredido, levando um soco no rosto. Ele está bastante ferido, sangrando. Lamentamos profundamente, pois o debate foi muito produtivo até esse ponto.”
Acusações e Provocações
A origem da tensão pode ser traçada até momentos anteriores ao debate, quando Marçal e Nunes já haviam trocado provocações nos bastidores. Marçal acusou o atual prefeito de São Paulo de ter ligações com o Primeiro Comando da Capital (PCC), referindo-se a Nunes como “Tchutchuca do PCC”. Além disso, Marçal afirmou que o prefeito seria preso por corrupção relacionada à distribuição de merenda escolar.
Nunes, em resposta, rebateu as acusações com um simples comentário, chamando Marçal de “tchutchuca”, o que acirrou ainda mais os ânimos.
Debate Moderado, Mas com Tensão Crescente
Até o momento da expulsão e do conflito, o debate estava sendo considerado um dos mais moderados da campanha, de acordo com as regras rígidas impostas pela organização. As interações diretas entre os candidatos foram minimizadas, o que reduziu a troca de acusações e provocou um tom mais civilizado em relação a debates anteriores.
No entanto, no penúltimo bloco do evento, o clima esquentou. Guilherme Boulos (PSOL) e José Luiz Datena (PSDB) solicitaram direito de resposta após serem citados indiretamente por Marçal. Boulos foi chamado de “invasor”, e Datena, sem ser mencionado diretamente, foi associado a um caso de assédio sexual, levando o apresentador a ofender Marçal, chamando-o de “bandidinho”, em alusão a uma condenação de Marçal pela Justiça Federal em 2010.
Direitos de Resposta e Embates Verbais
O debate também ficou marcado pelos pedidos de direito de resposta. Marçal foi o único candidato que teve seu pedido aceito, após ser citado nominalmente por Datena. Ao longo de todo o evento, houve três solicitações de retratação por parte dos candidatos, porém apenas uma foi concedida.
Mesmo com as tensões nos bastidores e no penúltimo bloco, o debate conseguiu manter um tom mais moderado do que os anteriores. As perguntas foram dirigidas principalmente por moradores, especialistas e expectadores do Flow Podcast, o que limitou o espaço para ataques diretos entre os candidatos.
Participantes do Debate
Além de Marçal e Nunes, o debate contou com a participação de outros candidatos relevantes na corrida para a Prefeitura de São Paulo. Entre eles, estavam Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB), Tabata Amaral (PSB) e Marina Helena (Novo).
Esse foi o oitavo encontro entre os postulantes ao cargo de prefeito da maior cidade do Brasil, e o incidente com Marçal certamente deixou uma marca indelével na reta final da campanha.
Conclusão: Tensão Crescente na Campanha Paulistana
A reta final das eleições para a Prefeitura de São Paulo tem sido marcada por debates acirrados, e o incidente envolvendo Pablo Marçal ressalta o nível de tensão entre os candidatos. Apesar das tentativas de manter o debate em um tom mais moderado, as provocações pessoais e o comportamento agressivo nos bastidores acabaram tomando o palco.
Com as eleições se aproximando, é provável que o clima continue a esquentar, e episódios como esse só intensificam a polarização política na disputa pela prefeitura.
Lisa Fernandes é Jornalista de breaking news, e curiosidades para o portal A Folha Hoje. Com a coluna Saúde Leve busca trazer dicas informativas de como ter uma saúde melhor.