Frango Em Laboratório: Cientistas Inventam Um Novo Jeito De Comer Carne

Os cientistas estão usando células tronco do tecido muscular da ave como base e, a partir delas, uma fatia de carne de 1,5 cm cresce em duas semanas.
Redacao
Por: Redacao
Em Notícias · há 6 meses atrás

Em Belo Horizonte, pesquisadores estão inventando uma nova moda ao cultivar carne de frango em laboratório.

Os estudos estão sendo feitos entre o Instituto de Ciências Biológicas (IBC) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet).

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Até então, os cientistas estão usando células tronco do tecido muscular da ave como base e, a partir delas, uma fatia de carne de 1,5 cm cresce em duas semanas.

\”Testamos vários tipos celulares. E, quando testamos com a célula muscular, vimos que o músculo \’gosta\’ e consegue crescer e produzir as características iguais às que existem na carne. Aqui na UFMG, conseguimos construir o tecido usando o biomaterial produzido pelo Cefet\”, explica a professora Erika Cristina Jorge, pesquisadora do ICB.

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Frango cultivado em laboratório

Esse biomaterial é derivado de celulose. Ele serve como base para que as células cresçam seguindo uma estrutura.

O estudo é financiado pela ONG internacional The Good Food Institute, que incentiva a inovação do setor de proteínas alternativas. O valor investido ultrapassa R$ 1 milhão.

O objetivo é que, a longo prazo, seja possível produzir carne sem sofrimento animal, pois não é necessário matar a ave para a retirada das células que servem de base para a produção.

\”A gente ganhou o incentivo para desenvolver carne sem abate, sem desmatamento. Com uma biópsia de músculo conseguimos fazer as células crescerem em laboratório, não precisamos matar o animal\”, completa.

Os especialistas estudam uma forma de usar o mesmo modelo mas com células humanas, para enxertos e testes fármacos.

Até então, a Anvisa tem a posição de que as carnes cultivadas estão enquadradas no teor de novos alimentos ou novos ingredientes.

Sendo assim, precisam passar por avaliação de segurança realizada pela Anvisa, mediante protocolo de petição específica.