A deflação do IPCA em junho foi impulsionada pelo barateamento dos combustíveis, carros novos e alimentos, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi a primeira deflação desde setembro de 2022 e a primeira em meses de junho desde 2017.
A inflação oficial acumulada nos últimos 12 meses ficou em 3,16%, atingindo o menor nível desde setembro de 2020.
No primeiro semestre, o índice apresentou alta de 2,87%. Com esse resultado, a inflação está dentro da meta estabelecida pelo governo para 2023, que é de 3,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Alimentos E Bebidas Foram Os Que Mais Contribuiram Para Deflação
Os grupos de alimentação e bebidas (-0,66%) e transportes (-0,41%) foram os principais responsáveis pela deflação do mês.
A queda nos preços dos alimentos ocorreu principalmente nos produtos consumidos em casa, como óleo de soja, frutas, leite e carnes. Já os alimentos consumidos fora de casa tiveram aumento de 0,46%, porém em menor intensidade em relação ao mês anterior.
No grupo de transportes, houve queda nos preços de carros novos (-2,76%) e usados (-0,93%), influenciados pelo programa do governo que ofereceu descontos para a compra de veículos zero km.
Os combustíveis também ficaram mais baratos, com destaque para o óleo diesel (-6,68%), etanol (-5,11%), gás veicular (-2,77%) e gasolina (-1,14%).
Esses movimentos de queda nos preços são reflexo da redução dos custos de produção, como os grãos que compõem a ração animal, e do programa de incentivo à compra de carros novos.
A gasolina, em particular, teve um impacto significativo na deflação, uma vez que é o item de maior peso no IPCA.
Diante da queda dos preços, o Banco Central reduziu o risco de estourar a meta de inflação este ano, e os analistas do mercado financeiro preveem uma alta de 4,95% no índice acumulado em 12 meses até dezembro.